segunda-feira, 12 de abril de 2021

Dicas de como escolher o esporte para as crianças na pandemia

Exercícios são fundamentais para o desenvolvimento infantil e ainda ajudam a lidar com os impactos do distanciamento social. Pediatras e profissionais de Educação Física dão orientações e explicam benefícios e riscos durante esse período


Cleo Bessa Pequeno 
Fonte: globoesporte.globo.com
em 16/03/21


Quando praticados regularmente na infância, esportes e exercícios físicos impactam direta e positivamente na saúde e no desenvolvimento da criança. Os benefícios vão desde melhora das habilidades motoras a ganhos cognitivos, inclusive decorrentes da interação com outros meninos e meninas, como aumento da autoestima e do bem-estar e aprendizado para lidar com diferentes sentimentos. Com a pandemia de Covid-19, os pequenos também sofreram com a redução na movimentação no dia a dia e a ausência da prática esportiva regular. Os pais reconhecem o impacto sobre os filhos e sabem da importância de sua prática, inclusive para ajudar a meninada a gastar energia e a relaxar. Mas a situação da pandemia também preocupa os responsáveis. Afinal, os casos e óbitos por Covid-19 estão em ascensão pelo Brasil e novas variantes do vírus, em circulação. Dessa maneira, pais e mães se veem diante do dilema: colocar ou não os pequenos para praticar esportes?


Os pediatras Marcio Nehab e Marcelo Riccio Facio e a profissional de Educação Física Paula Toyansk, consultados pelo EU Atleta, argumentam que, dados os prejuízos do sedentarismo para o desenvolvimento infantil e a saúde na vida adulta, é fundamental garantir a regularidade dos exercícios físicos na infância, inclusive durante a pandemia. Até porque a expectativa é que a Covid-19 só seja contida com a vacinação em massa, o que deve demorar. Essa escolha deve ser feita levando sempre em conta o que determinam as autoridades locais, já que as cidades revisam regularmente suas próprias orientações e restrições, inclusive para o funcionamento de academias e escolas de esportes, e as conhecidas medidas para evitar contato com o vírus, como distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscara. Como muitos responsáveis podem não se sentir seguros com esse retorno dos filhos à prática esportiva, os médicos e a profissional de Educação Física fazem alertas que ajudarão pais e mães nessa decisão e dão dicas para escolher a modalidade reduzindo os riscos de contágio ao longo da pandemia.



Prática de esporte entre crianças na pandemia 
imagem: modobrincar.rihappy.com.br


Como escolher o esporte


Com o apoio dos pediatras e da profissional de Educação Física, preparamos algumas dicas para ajudar os pais a escolherem as modalidades para os filhos praticarem durante a pandemia.


Se o seu filho apresenta alguma condição de saúde, converse com o seu pediatra sobre um retorno seguro ao esporte. Essa recomendação vale ainda se a criança mora com algum familiar que seja do grupo de risco da Covid-19, como idosos, obesos e diabéticos;


Não se esqueça de acompanhar a situação epidemiológica da doença em sua cidade e seguir as orientações das autoridades locais;


Considere as modalidades conforme o risco maior ou menor de contágio. Nessa hora, lembre-se das medidas já conhecidas, ou seja, uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social. Se a atividade permite que se mantenha distância entre os participantes, como acontece em esportes individuais ou sem contato, reduzem-se as chances de contágio. Atletismo, por exemplo, oferece menos risco do que modalidades coletivas como futebol e basquete. Até algumas lutas, como caratê e judô, podem ser realizadas sem contato e em um espaço com número reduzido de alunos. Quando a modalidade permite usar máscara, as chances também diminuem. No caso da natação isso não é possível, evidentemente. Mas se as crianças nadam a uma distância de pelo menos um metro uma das outras, os riscos também são reduzidos;


Observe o local em que a atividade será realizada para verificar os riscos de contágio. Se o espaço é aberto, menor a chance, no entanto, quando é fechado, porém bem ventilado, os profissionais usam máscara, há distanciamento social e poucos alunos fazem aula, as chances de contato com o vírus são reduzidas;


Atente para a limpeza do ambiente e superfícies com as quais se tem contato. Se o seu filho faz natação, por exemplo, verifique se as bordas da piscina são limpas adequadamente. Esse é um vírus respiratório, mas é importante observar esse aspecto, já que gotículas podem se depositar em superfícies em que a criança bota a mão antes de levá-la ao rosto;  



Uso de máscara e higiene das mãos
imagem: lunetas.com.br


Se o seu filho assiste a aulas no modo presencial, considere a possibilidade de a criança praticar o mesmo esporte dos colegas de turma e no mesmo local. Converse com os responsáveis deles. Isso ajudará não apenas a garantir a sua adesão do seu filho à atividade, já que estará com o seu núcleo de amigos, mas também a formar uma espécie de bolha social;

Garanta que a criança terá os equipamentos individuais necessários para o esporte, que não podem ser compartilhados nesse momento de pandemia. Quimono de judô, óculos de natação e raquetes de tênis, por exemplo, devem ser de uso exclusivo do seu filho, assim como garrafinhas e toalhas, entre outros itens pessoais;

Explique à criança que, no momento, abraços estão proibidos;

Reduza o tempo que seu filho permanecerá no local escolhido para a prática esportiva. Se pratica natação, evite as duchas após as aulas. Deixe para fazer isso em casa. O mesmo vale para lanches e confraternizações após a prática no vestiário. O ideal é evitar usar esse espaço, que é pouco ventilado. Lembre-se que esse é o momento de manter o distanciamento social e evitar aglomeração;

Leve em conta também o gosto do seu filho. Esse cuidado é essencial para garantir a sua adesão à prática esportiva. Mas aí bate aquela dúvida quando a menina ou o menino querem, por exemplo, jogar futebol e outros esportes coletivos, de contato. Nessas horas, vale conversar com o seu filho e explicar de forma simples o cenário atual. Dependendo da idade, ele será capaz de compreender que os riscos de contágio aumentam em esportes coletivos. Apresente outras modalidades em que o risco tende a ser menor, até descobrir a que agrada mais e que deixará sua família mais protegida;

Não se esqueça ainda de que é importante dar exemplo para os seus filhos. Essa dica é essencial até para melhorar a sua adesão às medidas de proteção contra a Covid-19, que devem ser seguidas dentro e fora do ambiente esportivo. A criança tem que usar máscara na rua, no esporte ou na escola, se ela já assiste às aulas em modo presencial. Mas os responsáveis devem fazer o mesmo. Use máscara, mantenha o distanciamento social e cuide da higiene de suas mãos você também.

 

Pais e filhos praticam esportes na pandemia
imagem: lunetas.com.br


Benefícios do esporte para as crianças

  • Desenvolvimento das habilidades motoras e coordenação;
  • Melhora cardiorrespiratória;
  • Aumento da capacidade aeróbica;

  • Ganho de força e flexibilidade;
  • Melhora da composição corporal. Os exercícios físicos e o esporte são importantes aliados na luta contra o sobrepeso e a obesidade infantil;
  • Fortalecimento do sistema imunológico. A realização regular de exercícios físicos moderados e planejados também proporciona esse benefício para as crianças;
  • Melhora da qualidade do sono;
  • Desenvolvimento cognitivo. Na prática esportiva, há um estímulo ao raciocínio, concentração e atenção. Com isso, ajuda a criança até mesmo no aprendizado escolar;
  • Autoconhecimento e capacidade de lidar com diferentes sentimentos, experiências e situações. Por meio do esporte, meninos e meninas precisam encarar, por exemplo, perdas e o fato de que alguns colegas podem ter melhor habilidade para a prática. Assim, aprendem a assimilar e a lidar com esses sentimentos, dando uma base para toda a sua vida;
  • Aumento da autoestima. Quando a criança aprende algum esporte ou vai bem na modalidade escolhida, há também esse ganho;
  • Possibilidade de interação e socialização. Dessa maneira, os pequenos aprendem sobre cooperação e respeito às regras e ao próximo. Isso se reflete positivamente nas relações com a família e em todos os meios que eles frequentam;
  • Ajuda no enfrentamento de problemas como ansiedade, tristeza e depressão, também manifestados pelas crianças por causa das medidas de distanciamento social.

Prática de exercícios em casa melhorou a qualidade de vida na pandemia

Estudo brasileiro avaliou o impacto dos treinos caseiros no sono, ansiedade, depressão e estresse

Cleo Bessa Pequeno 
Fonte: globoesporte.globo.com
em 22/09/20


Durante a pandemia do novo Coronavírus, diante das medidas de distanciamento social, a maioria dos praticantes de atividade física passou a realizar seus treinamentos dentro de casa, adaptando também essa parte da vida aos novos tempos. Para comprovar a importância de seguir praticando exercícios durante a quarentena, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, da Universidade Federal da Paraíba, do Centro Universitário de João Pessoa e da Universidade Estadual Vale do Acaraú realizaram um estudo comparativo transversal sobre os benefícios da atividade física realizada em casa durante o confinamento da pandemia de Covid-19, o qual avaliou os impactos na qualidade de vida e saúde mental de adultos. A conclusão do estudo, publicado neste mês de setembro, é de que "adultos que se exercitaram em casa durante a pandemia do COVID-19 apresentaram melhor qualidade de vida, qualidade subjetiva de sono e níveis reduzidos de ansiedade, depressão e estresse do que aqueles fisicamente inativos".



Exercícios físicos em casa.
imagem: wellnessplay.com.br


O estudo foi realizado de maneira observacional, ou seja, não houve intervenção remota para incentivar ou orientar os participantes a praticarem atividades físicas. E, após avaliar os relatos dos participantes, é possível dizer que a qualidade de vida psicológica, com níveis atenuados de estresse, depressão e ansiedade, e que a qualidade de sono, mais eficiente e reparadora, representam bons indicativos para apontar que os indivíduos que se mantiveram ativos durante o isolamento social estão mais saudáveis nos aspectos físicos e mentais do que aqueles se mantiveram inativos fisicamente - aponta o pesquisador.


Para a psicóloga esportiva Gabriela Côrrea, manter um estilo de vida fisicamente ativo gera inúmeros benefícios para a saúde de forma integral, conforme diz a ciência há anos. Tais benefícios se sustentam também durante o período de isolamento social devido à pandemia de Covid-19. Porém, alguns cuidados precisam ser observados para que não sejam criados, ou até mesmo agravados, problemas de saúde física e psicológica.

- Para quem praticava atividade física antes da pandemia, continuar, dentro de suas possibilidades, é importante e positivo, física e mentalmente, conforme aponta o estudo citado. Porém, devem ser consideradas as limitações momentâneas de espaço, ambiente, relação interpessoal, equipamentos, intensidade do exercício e até mesmo possíveis prejuízos em resultados estéticos. Criar uma expectativa irreal com relação a esses fatores pode gerar ainda mais ansiedade, frustração e outros tipos de desequilíbrio emocional. Aos que não tinham o hábito de se exercitar antes da pandemia, o período de isolamento social não é o momento mais adequado para fazer uma mudança abrupta nesse sentido, como sugere a pesquisa “Efeitos da atividade física e do exercício sobre o bem-estar no contexto da pandemia de Covid-19”, realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em conjunto com a Universidade Federal do Ceará (UFCE) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) - ressalta a psicóloga.


Além disso, Gabriela destaca que a importância de haver orientação e/ou acompanhamento profissional adequado durante a prática de atividade física, para que, assim, sejam evitadas lesões e acidentes em decorrência da realização de movimentos errados.


Prática de exercício em casa
imagem: uol.com.br


Ainda hoje, muitas pessoas têm a crença de que ser fisicamente ativo está exclusivamente relacionado à prática de esportes ou regularidade em academias. Contudo, de acordo com Gabriela Côrrea, qualquer atividade que coloque o corpo em movimento, desde que respeitados os limites de cada um, é válida e benéfica.

- Quando falo de aspectos psicológicos, considero fundamental desconstruir a associação entre atividade física e sacrifício. Ao contrário do que sugere a expressão "no pain, no gain" ("sem dor, sem ganho"), associar uma vida fisicamente ativa à prazer, diversão e a algo que faça sentido para aquele indivíduo é a base para a manutenção dessa atividade. Então, vale caminhar, pedalar, correr, dançar, nadar, fazer trilha, Crossfit, lutas, pilates, yoga, práticas circenses, entre outras atividades. Qualquer coisa que esteja dentro das possibilidades de cada um, com acompanhamento profissional adequado e seguindo as regras sanitárias e de distanciamento social do momento, vale a pena - destaca a profissional.


Além das atividades citadas pela psicóloga esportiva, o profissional de educação física Bruno Teixeira destaca exercícios que envolvem ações de puxar e empurrar na vertical e horizontal simples de serem realizados no ambiente doméstico durante esse período de distanciamento social. Confira:


  • Agachamento: com ou sem o suporte de uma cadeira fixa ao solo em base estável;
  • Levantamento de pesos livres na vertical: (podem ser usados sacos de feijão, arroz, garrafas pet com água etc.) na posição em pé ou sentada com as costas apoiadas no encosto da cadeira, leve o peso em direção ao teto da sua casa/apartamento;
  • Levantamento de pesos livres na horizontal: ao se posicionar deitado e de costas para o chão, utilizando os mesmos pesos livres citados anteriormente e com pesagem idêntica para ambos os braços, o indivíduo, segurando o peso com as mãos, deverá deslocar esse peso em direção ao teto;
  • Flexões ou extensões de cotovelo: basta deitar de barriga para baixo e se manter em quatro apoios (pés e mãos; mais avançado) ou em seis apoios (pés, joelhos e mãos; mais básico) e, em seguida, realizar as flexões ou extensões de cotovelo preservando a curvatura natural da coluna vertebral;
  • Exercícios com bandas elásticas: ao prender uma banda elástica embaixo dos pés, por exemplo, é possível, ao segurar as pontas dessas bandas com as mãos, realizar movimentos de flexão de cotovelo, levando as mãos em direção ao ombros e mantendo o cotovelo fixo na lateral do corpo. Também é possível envolver a banda elástica ao redor de uma base vertical fixa e estável e realizar movimentos de puxar na horizontal.


Flexões ou extensões de cotovelo.
imagem: treinus.com.br

- É essencial que as curvaturas naturais da coluna vertebral sejam preservadas durante a realização de todos os exercícios sugeridos acima, sendo necessária a ativação do core (estrutura abdominal/pélvica) a fim de garantir a estabilidade do tronco - ressalta o profissional de educação física.

Benefícios da Yoga para a saúde

Potencializa sua energia, promove a saúde física e mental, aumenta a imunidade e vitalidade Cleo Bessa Pequeno  Fonte: tuasaude.com em 10/03...