Estudo brasileiro avaliou o impacto dos treinos caseiros no sono, ansiedade, depressão e estresse
O estudo foi realizado de maneira observacional, ou seja, não houve intervenção remota para incentivar ou orientar os participantes a praticarem atividades físicas. E, após avaliar os relatos dos participantes, é possível dizer que a qualidade de vida psicológica, com níveis atenuados de estresse, depressão e ansiedade, e que a qualidade de sono, mais eficiente e reparadora, representam bons indicativos para apontar que os indivíduos que se mantiveram ativos durante o isolamento social estão mais saudáveis nos aspectos físicos e mentais do que aqueles se mantiveram inativos fisicamente - aponta o pesquisador.
Para a psicóloga esportiva Gabriela Côrrea, manter um estilo de vida fisicamente ativo gera inúmeros benefícios para a saúde de forma integral, conforme diz a ciência há anos. Tais benefícios se sustentam também durante o período de isolamento social devido à pandemia de Covid-19. Porém, alguns cuidados precisam ser observados para que não sejam criados, ou até mesmo agravados, problemas de saúde física e psicológica.
- Para quem praticava atividade física antes da pandemia, continuar, dentro de suas possibilidades, é importante e positivo, física e mentalmente, conforme aponta o estudo citado. Porém, devem ser consideradas as limitações momentâneas de espaço, ambiente, relação interpessoal, equipamentos, intensidade do exercício e até mesmo possíveis prejuízos em resultados estéticos. Criar uma expectativa irreal com relação a esses fatores pode gerar ainda mais ansiedade, frustração e outros tipos de desequilíbrio emocional. Aos que não tinham o hábito de se exercitar antes da pandemia, o período de isolamento social não é o momento mais adequado para fazer uma mudança abrupta nesse sentido, como sugere a pesquisa “Efeitos da atividade física e do exercício sobre o bem-estar no contexto da pandemia de Covid-19”, realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em conjunto com a Universidade Federal do Ceará (UFCE) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) - ressalta a psicóloga.
Além disso, Gabriela destaca que a importância de haver orientação e/ou acompanhamento profissional adequado durante a prática de atividade física, para que, assim, sejam evitadas lesões e acidentes em decorrência da realização de movimentos errados.
Ainda hoje, muitas pessoas têm a crença de que ser fisicamente ativo está exclusivamente relacionado à prática de esportes ou regularidade em academias. Contudo, de acordo com Gabriela Côrrea, qualquer atividade que coloque o corpo em movimento, desde que respeitados os limites de cada um, é válida e benéfica.
- Quando falo de aspectos psicológicos, considero fundamental desconstruir a associação entre atividade física e sacrifício. Ao contrário do que sugere a expressão "no pain, no gain" ("sem dor, sem ganho"), associar uma vida fisicamente ativa à prazer, diversão e a algo que faça sentido para aquele indivíduo é a base para a manutenção dessa atividade. Então, vale caminhar, pedalar, correr, dançar, nadar, fazer trilha, Crossfit, lutas, pilates, yoga, práticas circenses, entre outras atividades. Qualquer coisa que esteja dentro das possibilidades de cada um, com acompanhamento profissional adequado e seguindo as regras sanitárias e de distanciamento social do momento, vale a pena - destaca a profissional.
Além das atividades citadas pela psicóloga esportiva, o profissional de educação física Bruno Teixeira destaca exercícios que envolvem ações de puxar e empurrar na vertical e horizontal simples de serem realizados no ambiente doméstico durante esse período de distanciamento social. Confira:
- Agachamento: com ou sem o suporte de uma cadeira fixa ao solo em base estável;
- Levantamento de pesos livres na vertical: (podem ser usados sacos de feijão, arroz, garrafas pet com água etc.) na posição em pé ou sentada com as costas apoiadas no encosto da cadeira, leve o peso em direção ao teto da sua casa/apartamento;
- Levantamento de pesos livres na horizontal: ao se posicionar deitado e de costas para o chão, utilizando os mesmos pesos livres citados anteriormente e com pesagem idêntica para ambos os braços, o indivíduo, segurando o peso com as mãos, deverá deslocar esse peso em direção ao teto;
- Flexões ou extensões de cotovelo: basta deitar de barriga para baixo e se manter em quatro apoios (pés e mãos; mais avançado) ou em seis apoios (pés, joelhos e mãos; mais básico) e, em seguida, realizar as flexões ou extensões de cotovelo preservando a curvatura natural da coluna vertebral;
- Exercícios com bandas elásticas: ao prender uma banda elástica embaixo dos pés, por exemplo, é possível, ao segurar as pontas dessas bandas com as mãos, realizar movimentos de flexão de cotovelo, levando as mãos em direção ao ombros e mantendo o cotovelo fixo na lateral do corpo. Também é possível envolver a banda elástica ao redor de uma base vertical fixa e estável e realizar movimentos de puxar na horizontal.
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